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Parvum Lexicon, de António Pereira de Figueiredo

Parvum Lexicon, de António Pereira de Figueiredo

Reprodução fac-similada da edição princeps de 1760 com introdução e notas por Amadeu Torres, 120 págs., 1998

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A Congregação do Oratório, da qual o P. António Pereira de Figueiredo é ilustríssimo ornamento, fundou-a na Itália S. Filipe Neri em 1665. Três anos depois, em 1668, estabelecia-a em Lisboa o P. Bartolomeu de Quental (1626-1698). A Casa do Espírito e, após a ruína desta no terramoto de 1755, sobretudo a Real Casa das Necessidades alcançaram merecida fama.

Os nérios, como também lhes chamavam, eram clérigos seculares que, sem votos de pobreza e obediência, se decidiam pela vida em comunidade, dedicando-se à ascese e à educação e ilustração da juventude. Em 1671 já trabalhavam em Pernambuco, seguindo-se o Porto (1683), Freixo de Espada à Cinta (1685), Viseu (1689), Braga (1690), Estremoz (1701), Goa (1706) e Monção (1749).

 Luís António Verney e Frei Manuel do Cenáculo foram alunos dos Congregados, nome igualmente das gentes do Oratório. Mas outras personagens célebres lhes pertencem, entre elas, Malebranche, Massillon e os notabilíssimos pedagogos que foram Barnard Lamy e Charles Rollin. Entre nós sobressaíram, para só dar alguns exemplos, Manuel Bernardes, primoroso clássico da língua; António dos Reis, exímio poeta novilatino e autor do Corpus illustrium poetarum lusitanorum, concluído por Manuel Monteiro, cujo Novo methodo para aprender grammatica latina (1746) precede seis anos o de Pereira de Figueiredo e não escapa à crítica minudente de Antidoto grammatical (1750) de Silvério Silvestre da Silva, engenhoso criptónimo a disfarçar um armígero do grupo adversário. O mesmo acontece com Figueiredo. Mas este não era bom de roer e acabou por desbaratar os contendores, em especial após as  quase 300 pp. da sua Defensa (1754).

Nasceu António Pereira de Figueiredo, na vila baixo-beiroa de Mação, em 12 de Fevereiro de 1725, paradoxalmente a mesma terra do glosador alvarista de Seiscentos, Bartolomeu Rodrigues Chorro, em Curiosas advertencias da boa grammatica no compendio e exposiçam do P. Manoel Alvares, em lingua portugueza (Coimbra, 1693). Estudou no Colégio dos Jesuítas em Vila Viçosa, desde 1736; 1743 era organista e noviço em Santa Cruz do Coimbra; aos 19 anos, em 1744, entra na Congregação da Oratória, onde foi abalizado professor. Oito anos volvidos (1752) sai a orimeira parte da gramática, o Novo Methodo, que incendeia os ânimos. Da alta confiança de Pombal, é eleito, em 1768, deputado da Real Mesa Censória, então criada; em 1769 deixa o hábito, por ordem régia de 3 de Janeiro, e começa as funções, na Secretaria dos Negócios Estrangeiros e da Guerra, como oficial maior dos intérpretes, abrindo-se-lhe em 1779 as portas da Academia Real das Ciências. Morre, envergando novamente a roupeta de congregado, em 12 de Agosto de 1797, na Real Casa das Necessidades aonde, em 1785, se recolhera como hóspede e na qual fora readmitido em vésperas da última viagem.

Mentalidade com tractos regalistas e jansenistas, que afinal também se encontram em diversos prelados da época, o dia a dia entre os próceres e certas intervenções políticas notórias não lhe prejudicaram o homem cordato, esmoler e caritativo, nem o teólogo biblista tradutor da Vulgata, nem o musicólogo abrindo caminho entre a escola napolitana a invadir-nos a tradição polifónica predominante, nem o comprovado latinista e pedagogo-reformador, como aliás já tinha sido o P. Manuel Álvares.

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