O Desejo como História - O Sentido da Cultura Humana em René Girard
José Miguel Stadler Dias Costa, 320 págs., 2005
José Miguel Stadler Dias Costa, 320 págs., 2005
Quando tudo parecia indicar que a época das grandes sínteses explicativas sobre a história e a origem das culturas humanas estava definitivamente encerrada, a obra de René Girard impõe-se hoje como uma fecunda fonte de inspiração para investigadores provenientes dos mais variados campos do saber, desde a antropologia, a psicologia, a filosofia e a teologia até ao pensamento económico e às ciências da vida.
Destacam-se na sua obra três núcleos temáticos fundamentais. Em primeiro, uma teoria psicológica sobre a natureza mimética de todo o desejo humano. Numa segunda fase, Girard desenvolves uma hipótese antropológica sobre a origem violenta do sagrado e de todas as culturas humanas no sacrifício de vítimas expiatórias. A confirmação desta é, finalmente, apoiada por uma exegese bíblica que interpreta o Cristianismo como a revelação definitiva do mecanismo vitimário e anuncia o fim da lógica do sacrifício.
A aplicação das suas reflexões ao pensamento histórico - e às diferentes visões sobre a História que se têm sucedido até à época contemporânea - apresenta-se como um trabalho oportuno que se encontra sugerido pelas preocupações e intervenções mais recentes do autor.