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O Avanço da Ciência e o Recuo de Deus

O Avanço da Ciência e o Recuo de Deus

Álvaro Balsas, SJ (Org.), O Avanço da Ciência e o Recuo de Deus. Fronteira do Caos Editores | Edição: 2013, pp. 152 | ISBN: 978-989-8647-01-06

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15,00 €

9789898647016

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Agustín Udías Vallina, Álvaro Balsas, Antonio Fernández-Rañada, António Luciano Leite Videira, Desidério Murcho, Ludwig Krippahl

 

Fé e Ciência – neste volume, Ciência é entendida no sentido exclusivo de ciência dos fenómenos naturais – têm constituído na história do pensamento humano, desde há muito, dois pólos de uma carregada e extenuante tensão. E ainda hoje, embora essa tensão adquira, agora, novos contornos.


De facto, os recentes avanços e êxitos da ciência, bem como a sua omnipresença no dia-a-dia das sociedades contemporâneas – onde as novas tecnologias vão introduzindo novos hábitos e estilos de vida; novas formas de comunicação, de pensamento e de aquisição de conhecimentos; novas concepções da economia, da arte, da ética, etc. –, parecem desafiar as concepções religiosas estabelecidas no passado e, nomeadamente, a concepção cristã de Deus.

Perante este coetâneo quadro cultural em que vivemos, no qual a ciência invade cada vez mais os diversos âmbitos da experiência e do pensamento humanos, especialmente em áreas que no passado eram reservadas à filosofia e à teologia, a Deus não parece restar outra alternativa senão a da perda do direito de cidadania e a consequente retirada para o baú das velharias, porque sobra e está a mais. Segundo os mais prestigiados arautos do chamado “novo ateísmo”, a ideia de Deus é nociva para a humanidade, impedindo mesmo o seu desenvolvimento e contribuindo para fazer aumentar o ópio do povo. Entre tais arautos, têm-se destacado, os chamados “quatro cavaleiros” do novo ateísmo – Richard Dawkins, Sam Harris, Daniel Dennett e Christopher Hitchens – que têm travado uma intensa batalha contra o que eles consideram ser a ignorância, a superstição e os mitos religiosos, com o objectivo de “provar” que apenas as visões do mundo puramente naturalistas e ateias são necessárias e benéficas para o desenvolvimento das sociedades.

 Para eles, só o conhecimento científico permitirá, finalmente, desterrar a “ilusão de Deus” – como propõe, aberta e radicalmente, Richard Dawkins na sua recente e amplamente divulgada obra A Desilusão de Deus –, ou, simplesmente, “desterrar as sombras da magia e do mistério que, no passado, envolveram o conhecimento [do mundo e] de nós mesmos” – como defende, de maneira mais suave, Francisco Mora, autor de Neurocultura: Uma Cultura Baseada no Cérebro, cultura essa que, segundo ele, compreende um conjunto tão diversificado de áreas como a neuroética, a neurosociologia, a neuroeconomia e a neuroarte. O movimento neo-ateísta tem-se difundido amplamente até chegar a invadir o espaço público. São conhecidas as manifestações recentes da colocação de frases nos autocarros ingleses afirmando que “There’s probably no God. Now stop worring and enjoy your life” – em resposta a idênticas frases propagandísticas colocadas por cristãos evangélicos, onde se prometia o inferno para os não crentes –, iniciativa que rapidamente se alastrou por outras cidades do mundo; ou as manifestações ocorridas nos últimos meses em vários campus universitários espanhóis, onde grupos de estudantes tentaram impedir a realização do culto católico dentro das capelas universitárias. Além disso, tem também aumentado o número de sítios na internet de movimentos ateístas e de portais ateus, nos quais se veicula a ideia de que a Religião, e o Cristianismo em particular, promove a ignorância, da qual as pessoas só podem ser salvas por meio da ciência.

 A serem verdadeiras as teses do novo ateísmo, que pintam Deus em franca retirada e em inevitável recuo, surgem, de imediato, no nosso espírito várias questões que reclamam ser aclaradas e debatidas: Para quê Deus, se já temos Ciência? A Ciência tem, realmente, razões que tornam a fé em Deus obsoleta? A crescente extensão da esfera da explicação científica a domínios que outrora pertenciam ao âmbito da teologia e das “humanidades” implica necessariamente o abandono definitivo da ideia ou hipótese de Deus? A Ciência dá respostas a todas as perguntas sobre o mundo que nos rodeia e sobre o lugar que ocupamos nele? A explicação científica é mesmo omnicompreensiva e pode abranger todos os âmbitos da experiência humana no mundo? Toda a argumentação não científica é irracional? A Ciência esgota o campo da racionalidade e do pensamento crítico? Há limites ao poder explicativo da Ciência? A explicação teológica é criticamente fundamentada ou assenta em dogmas irracionais? Que possibilidades existem para um encontro real entre Ciência e Fé em Deus: Conflito intransponível? Inimizade irreconciliável? Independência? Diálogo? Integração? Contributos mútuos? A Fé em Deus traz ou não benefícios para as sociedades? Estas questões não têm resposta simples, e menos ainda simplista, dada a complexidade, a amplitude, as ramificações e, até, as subtilezas, inerentes às matérias envolvidas.

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