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Gramática da Linguagem Portuguesa

Gramática da Linguagem Portuguesa

Fernão de Oliveira, (Org: Amadeu Torres e Carlos Assunção), 342 págs., 2000

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[...] A partir da década de 1530-1540 o nome do gramático passou, no Renascimento, a equivaler ao de humanista, já então identificado ao de «cultor das letras humanas», humaniores litterae. Numerosos professores e escoliastas se orgulhavam do título de «gramáticos». Entre eles o próprio Erasmo, que a todos os apelativos preferia, porém, o de teólogo. Embora o enchiridion de Fernão de Oliveira não seja, à primeira vista, tão douto como a Grammatica de João de Barros (Lisboa, Luís Rodrigues, 1540), editada com outros textos dialógicos num conjunto que constitui um corpus pedagógico incomparável, precede-o de uma olimpíada. Além disso, o autor não se cinge tão apegadamente aos modelos. Oferece, portanto, como sublinha Eugénio Coseriu, uma originalidade mais consistente do que a de Barros, conexada directamente a uma tradição de cunho humanístico. A primeira gramática da Língua portuguesa não é, como está bem de ver, a de João de Barros, mas a de Fernão de Oliveira.

Cumpre-me felicitar o Prof. Amadeu Torres e o seu distinto colaborador Prof. Doutor Carlos Assunção pela mestria e rigor com que levaram a bom termo este meticuloso trabalho filológico. Trata-se de um projecto que se impõe ainda como serviço vultoso prestado à cultura portuguesa. Fernão de Oliveira não foi apenas um gramático mas também, como homem do Renascimento, um espírito de insaciável curiosidade intelectual. Só é de lamentar, como escreveu Engenio Coseriu, que não tenha aprofundado, como prometeu e não pôde cumprirvna sua agitada vida, o que chegou a planear. Mesmo sem ter podido levar a cabo todos os seus projectos — e alguns foram também os de um genuino português, amante das viagens e o resultado da sua experiência de homem do mar e de alguém que se orgulhava das glórias da sua pátria —, foi, como gramático, não um repetidor de Nebrija mas um inteligente fonetista e um grande precursor. Os seus defeitos de morfologista, desinteressado da composição sintáctica, foram os que caracterizam a gramatologia do seu tempo.

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