Congresso Internacional Damião de Góis na Europa do Renascimento

No presente volume, reuniram-se os textos das comunicações apresentadas durante o Congresso Internacional Damião de Góis na Europa do Renascimento, que teve lugar na Faculdade de Filosofia da Universidade Católica Portuguesa, em Braga, de 29 a 31 de Janeiro de 2003. Foi o preito de homenagem merecida ao humanista português, celebrado pelas demais instituições culturais portuguesas, que um dia, na companhia do seu séquito, a caminho de Santiago de Compostela, pernoitou na nossa Bracara Augusta, na rua D. Afonso Henriques, corria o ano de 1534, segundo reza a tradição.

Regista também esta obra, na obseruantia da sabedoria dos antigos, imortalizada no provérbio latino uerba uolant, scripta manent, os discursos proferidos na sessão de abertura, nomeadamente pelo Ministro da Cultura, Dr. Pedro Roseta, e pelo Reitor da Universidade Católica Portuguesa, Prof. Doutor Manuel Braga da Cruz, bem como as intervenções na sessão de encerramento. Na sessão de abertura, pudemos ainda contar com a presença do Arcebispo Primaz, D. Jorge Ortiga, e do representante da família de Góis, Engenheiro Francisco de Goes Vaz Monteiro du Bocage.

[...] Nos documentos preparatórios deste Congresso, apontava-se como principal objectivo o estudo e a divulgação da vida e obra de Damião de Góis, na multiplicidade das suas facetas: o agente comercial régio; o humanista, o espistológrafo e tradutor; musicógrafo e coleccionador de arte; os opúsculos latinos e a divulgação dos Descobrimentos na Europa; o cronista e guarda-mor na Torre do Tombo; a Inquisição; o entendimento entre as igrejas. Para isso, na composição da Comissão Científica, pretendia-se assegurar a presença de várias Universidades e Instituições Científicas, a fim de garantir um carácter interdisciplinar a este congresso. Simultaneamente, organizava-se a temática em três rubricas, que haviam de determinar a apresentação das comunicações nesta edição — «O tempo de Damião de Góis: sociedade e cultura de quinhentos», «Vida e obra de Damião de Góis» e «Damião de Góis na mundividência do séc. XVI». Desde o início que a dinâmica do Congresso previu dois tipos de intervenções: sessões plenárias, com conferências a cargo de especialistas convidados, em alternância com o trabalho em secções.

Estes objectivos foram plenamente alcançados: cerca de 170 congressistas, 24 conferências, 23 comunicações livres, 18 universidades e outras instituições académicas presentes, bem como oito países estrangeiros representados, como acima identificámos. Números suficientemente representativos da dimensão cosmopolita de Damião de Góis. Lugar de relevo ocupa, ainda, o número de intervenções protagonizadas por investigadores da Universidade Católica Portuguesa, a Instituição anfitriã, oriundos dos diversos centros espalhados pelo nosso país.