A integração entre Filosofia e Ciência segundo M. Merleau-Ponty
Ferraz, Marcus Sacrini. “A integração entre Filosofia e Ciência segundo M. Merleau-Ponty.” Revista Portuguesa de Filosofia 63, no. 1–3 (2007): 461–87. DOI 10.17990/RPF/2007_63_1_0461.
Ferraz, Marcus Sacrini. “A integração entre Filosofia e Ciência segundo M. Merleau-Ponty.” Revista Portuguesa de Filosofia 63, no. 1–3 (2007): 461–87. DOI 10.17990/RPF/2007_63_1_0461.
Author | Marcus Sacrini Ferraz |
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Rights | © 2015 Aletheia - Associação Científica e Cultural | © 2015 Revista Portuguesa de Filosofia |
Volume | 63 |
Issue | 1-3 |
Pages | 461-487 |
Publication | Revista Portuguesa de Filosofia |
ISSN | 0870-5283; 2183-461X |
Date | 2007 |
DOI | 10.17990/RPF/2007_63_1_0461 |
Language | Portuguese |
Abstract | Resumo: O presente artigo constitui, antes de mais, uma exposição da tentativa feita por Maurice Merleau-Ponty de sistematização de um método psicológico convergente com algumas das principais metas estabelecidas pela Fenomenologia de inspiração husserliana. Constatando de que modo o autor da Fenomenologia da Percepção considera os diversos âmbitos da cultura, a começar pela arte e pela psicanálise, como indicadores da decadência do cartesianismo, o artigo analisa o estatuto da ciência justamente como uma das esferas culturais das quais é possível extrair categorias que exprimam de forma mais precisa e rigorosa o real, mostrando-se de que modo as investigações científicas são indispensáveis para uma identificação dos temas a serem filosoficamente tratados, pois os dados obtidos por tais pesquisas são imprescindíveis para o trabalho filosófico enquanto tal. Neste sentido, o autor propõe uma relação entre Filosofia e Ciência que não é mais uma relação de hierarquização, tal como defendia Husserl, mas sim uma de complementaridade, tal como defendia Bergson. Com efeito, postulando-se a não necessidade de fragmentar o real para que se legitime um tal acordo, ou seja, dado que a cisão entre o espiritual e o material não pode mais ser mantida, o artigo sublinha a absoluta necessidade de que Filosofia e Ciência se encontrem. Por outras palavras, a integração entre ambas não depende de que uma e outra se refiram à mesma, e justa, metade da realidade, mas tão-somente que cada uma delas remeta para a mesma camada fenomenal, seja para descrever cientificamente os organismos em seu contacto com o meio seja para expor filosoficamente a nova ontologia ali contida. Em suma, o artigo mostra até que ponto, apesar de realizar a intenção bergsoniana de integrar explicação quantitativa e descrição qualitativa e assimilar a crítica de Husserl ao objectivismo, o método fenomenológico não esgota a tarefa ontológica da filosofia. Palavras-chave: Behaviorismo; Bergson, Henri; Campo fenomenal; Ciência e Metafísica; Ciência Moderna; Ciências da Natureza; Ciências do Espírito; Comportamento; Conceito; Conhecimento, Teoria do; Corpo; Cultura; Descrição; Duração; Experiência; Fenomenologia; Fenomenologia e Ciência; Filosofia e Ciência; Filosofia e Psicologia; Filosofia, Tarefa da; Fundamentação das Ciências; Husserl, Edmund; Lebenswelt; Linguagem; Lógica e Ontologia; Matematização; Materialismo; Merleau-Ponty, Maurice; Método Científico; Método descritivo; Modelo eidético; Objectividade; Percepção; Psicologia; Psicologia |
Date Added | 14/07/2015, 14:59:32 |
Modified | 20/07/2015, 10:39:18 |