Revista Portuguesa de Humanidades, 2020, Volume 24
Revista Portuguesa de Humanidades, 2020, Volume 24
Revista Portuguesa de Humanidades, 2020, Volume 24
Revista Portuguesa de Humanidades, 2020, Volume 24
Rights | © 2020 Aletheia - Associação Científica e Cultural |
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Publication | Revista Portuguesa de Humanidades |
Volume | 24 |
Issue | 1-2 |
Place | Braga |
Publisher | Axioma - Publicacções da Faculdade de Filosofia |
ISBN |
9789726973324 (Paperback) ; 9789726973331 (eBook) |
ISSN |
0874-0321; 2184-4712 |
Date | 2020 |
Language | Portuguese, English, Spanish, Italian |
# of Pages | 326 |
Date Added | 30/12/2020 |
Modified | 30/12/2020 |
Presentation |
A ordenação deste número da Revista Portuguesa de Humanidades obedece, predominantemente, a um critério cronológico. A História é a mestra da vida. E a experiência actualiza-a num segmento temporal, unificador do passado e do futuro. Trata-se de um exemplo operativo do motus animi continuus, expressão atribuída a Cícero para definir a essência da eloquência, mas que não se encontra, textualmente, nos seus escritos. Thomas Mann explica-a, na primeira página de A morte em Veneza, como “o ímpeto do mecanismo produtor” inerente ao personagem, o escritor Gustav Aschenbach (tradução de Isabel Castro Silva, Relógio D’Água Editores, 2004). Dir-se-ia uma corrente incessante de palavras, pela qual o espírito humano vai tecendo, no decurso da História, a sua experiência de vida, pessoal e comunitária. Este fascículo da Revista constitui, em si mesmo, uma narrativa. Com efeito, o princípio e o fim demarcam a persistência da retórica, arte da palavra oral, depois codificada na gramática que tanto serve a Literatura como a Linguística. A escrita elabora, pela criação imaginativa e pelo uso da comunicação, um sistema de signos muito complexo que a experiência histórica não cessa de aperfeiçoar. Creio que o leitor se surpreenderá, ao persistir na compreensão do conjunto ordenado dos textos, com a descoberta de que se encontra, realmente, a ler um Livro, com personagens, cenas e figuras que desenham um enredo e actualizam um discurso novo.Poderá, eventualmente, interessar-se mais por este ou aquele período (Idade Média ou o Século XIX, por exemplo), sentar-se à sombra da faia, em algum lugar aprazível, que o fará sonhar na sugestão de uma palavra, no eco, na argúcia de um debate, com o Rei Édipo e Dona Leonor de Lencastre ou Simónides de Ceos e Francisco de Holanda... E como não lembrar o bom Homero a contracenar com a Marquesa de Alorna acompanhada pelo autor de Brás Bexiga e Barra Funda? Ocorre-me que talvez o amigo Cícero teime em sair-nos ao caminho, para nos prevenir em não embarcar na impressão que mais compraza e menos estimule a profundeza: nunc enim tantum quisque laudat quantum se posse sperat imitari (agora, cada um louva apenas aquilo que espera poder imitar), Orator, 7. 24. Já no tempo do Grande Orador, como em nossos dias, impunha-se a mesma regra: ouve e lê com atenção, com o vagar que o assunto merece e o teu ânimo requer.
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Contents |
Mário Garcia, “Apresentação,” Revista Portuguesa de Humanidades 24, no. 1–2 (2020): 9–10.
Manuel Francisco Ramos, “‘Tesouro das ideias e guardião do discurso’: enquadramento retórico da memorização,” Revista Portuguesa de Humanidades 24, no. 1–2 (2020): 11–32.
Bruno Nobre, “A Odisseia e a Simbólica do Ocultamento,” Revista Portuguesa de Humanidades 24, no. 1–2 (2020): 33–42.
Giuseppe Ciafardone, “Necessidade e autonomia da acção humana na tragédia Rei Édipo: reflexões a partir de OT 711-714,” Revista Portuguesa de Humanidades 24, no. 1–2 (2020): 43–52.
Ana Teresa Marques Gonçalves, “Uma luz na escuridão: eclipse solar e pira funerária nas cerimônias fúnebres do imperador romano Otávio Augusto,” Revista Portuguesa de Humanidades 24, no. 1–2 (2020): 53–72.
Ariel Guiance, “San Martín de Tours en la Hispania de la temprana Edad Media. Narrativa, liturgia y reliquias,” Revista Portuguesa de Humanidades 24, no. 1–2 (2020): 73–102.
António Manuel de Andrade Moniz and Maria Celeste F. R. O. de Andrade Moniz, “A utopia de Avis nos escritos e na ação política do Infante D. Pedro,” Revista Portuguesa de Humanidades 24, no. 1–2 (2020): 103–16.
Helena Costa Toipa, “D. Leonor de Lencastre na ação social e no mecenato,” Revista Portuguesa de Humanidades 24, no. 1–2 (2020): 117–42.
José Acácio Aguiar de Castro, “O Real e o Ideal nos Tratados Della Pittura de Leon Alberti e Da Pintura Antiga de Francisco de Holanda,” Revista Portuguesa de Humanidades 24, no. 1–2 (2020): 143–60.
Ricardo Nobre, “«Nullius ‘addicta’ iurare in verba magistri»: os poemas da Marquesa de Alorna imitados de Horácio,” Revista Portuguesa de Humanidades 24, no. 1–2 (2020): 161–76.
João Paulo Braga, “‘E orou deste feitio’. A sátira à oratória política na ficção de Camilo Castelo Branco,” Revista Portuguesa de Humanidades 24, no. 1–2 (2020): 177–92.
Mónica Ganhão, “Mártires de amor: adultério e expiação femininos em Herança de Lágrimas de Ana Plácido,” Revista Portuguesa de Humanidades 24, no. 1–2 (2020): 193–212.
Alexandre Freire Duarte, “O Harrowing of Hell entre uma ‘trilogia «inglesa»’ e George MacDonald,” Revista Portuguesa de Humanidades 24, no. 1–2 (2020): 213–38.
Suzi Frankl Sperber, “Brás, Bexiga, Barra Funda – Sonhos e ambições das forças de trabalho,” Revista Portuguesa de Humanidades 24, no. 1–2 (2020): 239–60.
Natália Constâncio, “A Dialética Tempo-Espaço em Poesia, de Francisco Bugalho,” Revista Portuguesa de Humanidades 24, no. 1–2 (2020): 261–82.
Jaime Costa, “Ernst Jünger and Individualism in the Age of Technology,” Revista Portuguesa de Humanidades 24, no. 1–2 (2020): 283–304.
Chiel Monzone, “Lingua italiana batte idioma siciliano 1 a 0. Ovvero: di una favella regionale che scompare,” Revista Portuguesa de Humanidades 24, no. 1–2 (2020): 305–24. |