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A Mitologia Clássica e a sua Recepção na Literatura Portuguesa

A Mitologia Clássica e a sua Recepção na Literatura Portuguesa

(Actas do Symposivm Classicvm I Bracarense)

António Maria Martins Melo (Coord.), 162 págs., 2000

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6,00 €

9726971551

[...] O grande objectivo do simpósio é reflectir sobre a perenidade da cultura clássica. A angústia existencial do homem e da mulher contemporâneos determinou a eleição do tema para o Symposium Classicum I Bracarense.

Deslumbrado com a Ciência, o Homem acreditou que tinha encontrado a solução para os problemas da Humanidade. Todavia, o progresso tecnológico, que propiciou o conforto da civilização, também engendrou guerras cada vez mais mortíferas. As dilacerantes imagens de mutilados, de catástrofes humanitárias, de fuga ao genocídio ou às bombas inteligentes questionam-nos diariamente: para onde caminhamos? Que homem ou mulher construímos? Que valores comunicamos?

A nossa formação cultural, acicatada por uma sociedade ávida de êxito e de heróis a prazo, distanciou-nos da humanitas ciceroniana, cujo sentido filantrópico já havia sido perscrutado na pena de Terêncio: Homo sum: humani nil a me alienum puto (Heat., v. 77). Menos citado, mas pleno de compreensão humana é esse outro verso da Andria (v. 903): Pro peccato magno, paullum supplici satis est patri.

Não obstante, é na Eneida do vate mantuano que a pungente existência humana encontra o escultor por excelência. Para Santo Agostinho, que chega a comover-se até às lágrimas com as cenas que precedem a morte de Dido, «Virgílio é um grande poeta, o mais brilhante e o melhor de todos» (De Ciuitate Dei, 1.3: Vergilius, poeta magnus omniumque praeclarissimus atque optimus). Semelhante inquietude se experiemtna quando imergimos nos poemas de Homero, «o melhor e mais divino» dos poetas, entre os gregos, como nos diz Platão no Íon.

São dois vultos literários cuja obra superou com êxito «o fim que lhe dariam a traça e a acção do tempo», na expressão de Luís da Cruz, humanista jesuíta do séc. XVI. A esta fonte perene têm ido haurir artistas de todas as épocas, numa busca persistente de realização do ideal de perfeição humana. Voz privilegiada da humanidade, as litterae humaniores são vitais para a nobilitação do espírito humano. Já não bastava negar as nossas raízes clássicas. Juntou-se-lhe ainda outro factor suicida da nossa civilização: oculta-se despudoradamente a sua matriz cristã, força aglutinadora de povos e culturas num passado ainda não muito distante.

Por que esperamos nós? Por mim, subscrevo as palavras clarividentes de Paul Kristeller, colhidas na edição portuguesa Tradição clássica e pensamento do renascimento:«...perante os mutáveis ventos da opinião em moda, (conservo) uma sólida fé no valor perene dos estudos clássicos e da educação clássica».

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