Novas Cartas Inéditas de Antero de Quental
Introdução, organização e notas de Lúcio Craveiro da Silva, 167 págs, 1996
Introdução, organização e notas de Lúcio Craveiro da Silva, 167 págs, 1996
[...] Constava na tradição da Companhia de Jesus, − várias vezes o ouvi ao P. António de Magalhães, professor de Literatura e de Filosofia, que no Colégio de Campolide de Lisboa houve um conjunto de cartas de Antero entregues por D. Victória, mulher de Oliveira Martins, ao P. Joaquim Campo Santo que ou se tinham perdido ou mesmo provavelmente haviam sido destruídas.
José Bruno Carreira refere tradição diferente: «Registamo ainda (por informação referida do sr. Cândido A. de Nazaré) que consta ter a viúva de Oliveira Martins oferecido a um Padre da Companhia de Jesus cartas de Antero do tempo em que vivia em Lisboa nas quais havia referências a mulheres que nessa época conheceu»
Com frequência estas tradições transmitem um fundo de verdade mas acrescido de erros ou pormenores fantasiosos. Foi o que aconteceu no caso presente. Essas cartas existem de facto, entregues ao P. Joaquim Campo Santo por D. Victória, mas não foram destruídas, não se referem a mulheres nem se limitam ao tempo em que Antero vivia em Lisboa. São 29 cartas que vão de 1871, Lisboa, a 1890, Vila do Conde, passando pelo Porto, Bussaco, Minho, Ponta Delgada e Paris.
Quem as descobriu e identificou foi o actual director do Arquivo da Província Portuguesa da Companhia de Jesus, P. Vital Cordeiro Dias Pereira que, por interessante coincidência, é também açoreano como o próprio Antero [...]