Nicolau Cuebo, Pós-modernidade e religiosidade líquida: uma análise a partir das contribuições de José María Mardones e Zygmunt Bauman, Filosofia 51 (Braga: Axioma - Publicações da Faculdade de Filosofia, 2024), https://doi.org/10.17990/Axi/2025_9789726973928.
| Item Type | Book |
|---|---|
| Author | Nicolau Cuebo |
| Preface | João Duque |
| Abstract | Nas últimas décadas, poucos conceitos têm atravessado de forma tão marcante o debate filosófico, sociológico e cultural como o da pós-modernidade. Tornado num rótulo quase omnipresente, este termo serve, ainda assim, como chave para compreender as profundas transformações que caracterizam o nosso tempo, as mudanças que tocam a economia, a cultura, a técnica, a política e, de modo particular, a religião. O livro "Pós-modernidade e religiosidade líquida: uma análise a partir das contribuições de José María Mardones e Zygmunt Bauman", de Nicolau Cuebo, propõe-se a descodificar este fenómeno complexo, dando especial atenção à realidade portuguesa. Partindo da convicção de que a religião não desapareceu com a modernidade, mas antes se reconfigurou de modos inesperados, esta obra interroga a validade da clássica tese da secularização e aponta para novas formas de crença, mais fragmentadas, flexíveis e difíceis de enquadrar nas molduras institucionais tradicionais. O livro estrutura-se em três capítulos fundamentais. Primeiro, o autor traça um quadro abrangente da cultura pós-moderna, destacando pensadores centrais como Jean-François Lyotard, com a sua crítica aos grandes relatos, Gianni Vattimo, com o conceito de «pensamento débil», Gilles Lipovetsky e a noção de hipermodernidade, e, sobretudo, Zygmunt Bauman, cuja ideia de modernidade líquida serve de eixo interpretativo. No segundo capítulo, a atenção volta-se para o caso português, recorrendo a dados empíricos e estudos como os de Alfredo Teixeira, que revelam o modo como a prática religiosa em Portugal se tem transformado. Neste ponto, torna-se evidente que a chamada «crise» da religião institucional não equivale ao declínio do religioso enquanto tal, mas antes à sua desinstitucionalização, conceito central em José María Mardones. Finalmente, o terceiro capítulo propõe uma leitura interpretativa da religiosidade contemporânea - não apenas em Portugal, mas em toda a sociedade ocidental - à luz da noção de fé líquida. Inspirado em Bauman, o autor argumenta que as crenças de hoje tendem a assumir formas mais voláteis, menos vinculadas a instituições estáveis, abrindo espaço para percursos espirituais mais individuais, mas também mais incertos. Num tempo em que a sociedade oscila entre o desejo de novas estabilidades e a aceitação do hibridismo, esta obra surge como uma reflexão pertinente sobre o lugar da religião num mundo em constante mutação. Combinando análise crítica de autores incontornáveis, investigação histórico-sociológica e uma leitura lúcida da realidade portuguesa, Nicolau Cuebo oferece um contributo sólido para a filosofia da religião e para todos os que se interrogam sobre o futuro do fenómeno religioso. Mais do que uma análise exaustiva, este estudo aponta caminhos e convida ao diálogo interdisciplinar, podendo interessar não só a filósofos e sociólogos, mas também a teólogos, pastoralistas e todos os leitores curiosos por compreender o novo mapa espiritual do nosso tempo. |
| Date | 2024 |
| Language | Portuguese |
| Short Title | Pós-modernidade e religiosidade líquida |
| DOI | https://doi.org/10.17990/Axi/2025_9789726973928 |
| Rights | © 2025 Aletheia - Associação Científica e Cultural |
| Place | Braga |
| Publisher | Axioma - Publicações da Faculdade de Filosofia |
| ISBN | 978-972-697-391-1 978-972-697-392-8 |
| Series | Filosofia |
| Series Number | 51 |
| # of Pages | 84 + xvi |
| Date Added | 6/30/2025, 6:09:33 PM |
| Modified | 6/30/2025, 6:17:54 PM |
