Abstract |
Em todas as sociedades e em todos os tempos, a vocação humana foi a procura do bem-estar, a realização da dignidade e da felicidade. No entanto, a história recente de Angola mostra um paradoxo profundo: um país com recursos naturais imensos, que já conheceu períodos de prosperidade económica, mas que mergulhou em décadas de guerra civil, desigualdade e estagnação social. Neste livro, o autor conduz uma investigação filosófica e política sobre as razões desse fracasso, partindo de uma questão central: como pode um governo, dispondo de condições objetivas para o crescimento e desenvolvimento, falhar em proporcionar bem-estar à sua população? A análise recorre a dois grandes pensadores contemporâneos, John Rawls, com o seu conceito de sociedade bem ordenada, e Martha Nussbaum, com a teoria das capacidades humanas, para propor um enquadramento crítico que permita compreender as causas do declínio e apontar alternativas credíveis. A obra revisita dados históricos, indicadores económicos e testemunhos recolhidos em diferentes realidades de Angola, cruzando-os com a reflexão ética e filosófica. Através deste diálogo, o autor revela como a corrupção, as instituições extrativas, a concentração de poder e a ausência de justiça social impediram que o potencial do país se transformasse em prosperidade partilhada. Mas o livro não se limita a denunciar. A partir de uma visão holística, propõe caminhos para uma governação mais justa, inclusiva e participativa, onde a política não se isole da ética, e onde a educação, a cidadania e os direitos fundamentais sejam pilares de desenvolvimento. Mais do que uma obra de análise, este é um apelo à reflexão crítica sobre o futuro de Angola e de África. Que modelo de sociedade queremos construir? Como transformar riqueza em bem-estar, e independência em verdadeira liberdade? Este livro oferece não apenas respostas, mas sobretudo ferramentas para pensar, questionar e agir em busca de uma sociedade mais justa, equitativa e humana. |